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1 Patrão vs 30 Demitidos

O que esse embate revela sobre sua carreira e seu bolso?


Na última semana, um vídeo viralizou nas redes: "1 Patrão vs 30 Demitidos", do Canal Foco, com participação do empresário Tallis Gomes. Em menos de sete dias, ultrapassou os 4,5 milhões de visualizações. O debate é intenso, mas revelador. Mostra o quanto empresário e trabalhador, embora convivam no mesmo ambiente, muitas vezes falam idiomas diferentes: de um lado, ex-funcionários expõem frustrações, ressentimentos e críticas ao sistema. Do outro, um empreendedor tenta trazer uma visão prática, racional e até científica sobre os dilemas de gerir uma empresa.



Um dos pontos centrais da fala de Tallis é simples, porém impopular: empresa não é ONG. Negócios existem para gerar valor — e lucro. Só assim conseguem pagar salários, arcar com impostos (e são muitos), investir em estrutura e cumprir com uma longa lista de obrigações. Antes de gerar R$1 de lucro, há uma fila enorme de contas a pagar.

Um dado do Sebrae foi recebido com muita ironia pela plateia — 70% dos empreendedores brasileiros ganham até dois salários mínimos. Uma das participantes ri: “Ó, então, cara, vai ser CLT, velho!”. Mas a provocação embute um aprendizado importante: o risco e o retorno caminham juntos. A maioria dos empreendedores trabalha mais, ganha menos e carrega o peso de responsabilidades legais, operacionais e emocionais. Poucos se tornam casos de sucesso. Muitos falham — e falham amargando prejuízos profundos. Empreender exige um apetite ao risco que nem todos têm — e tudo bem.


Sobre a temática das demissões, a reação dos participantes foi predominantemente emocional e acusatória. Interpretada como injustiça, abuso de poder, desumanidade ou frieza — ignorando aspectos objetivos como metas não cumpridas, comportamentos inadequados ou desalinhamento com os valores da empresa. A ausência de autocrítica ficou evidente. O que poderia ser uma oportunidade de reflexão individual se transformou, em boa parte, em um tribunal informal, onde o empreendedor ocupava o banco dos réus. Mas, para quem assiste com atenção, a diferença de mentalidade entre quem constrói e quem espera ser reconhecido sem entregar resultado salta aos olhos.


Demitir custa caro. Recrutar, treinar, integrar um novo colaborador leva tempo e dinheiro. Não há interesse em demitir quem entrega valor. A demissão, embora dolorosa, deveria funcionar como feedback para evolução. É o momento de compreender que algo não deu certo. Talvez o chefe não tenha transmitido isso da melhor forma, mas a autoavaliação é sempre um passo essencial. Cresce quem ouve, digere e transforma erro em aprendizado. Ficar preso ao papel de vítima não te leva a um lugar melhor.


Nesse contexto, o conceito chinês do Yin-Yang ilustra bem a relação entre patrão e empregado. São diferentes, sim, mas se completam. Um negócio só prospera se tiver quem o execute. Um profissional só cresce se tiver onde aplicar seu talento. O que um faz, afeta o outro. Quando as coisas vão bem, ambos prosperam. Quando vão mal, ambos sofrem.


O que isso tem a ver com educação financeira?

Pode parecer que estamos falando apenas de carreira, mas no fundo, estamos falando de dinheiro — e de como ele nasce. Educação financeira não começa no saldo bancário: começa no trabalho. Entender essa dinâmica é o primeiro passo. 


Não adianta estudar investimentos se você não entrega resultado. Não adianta reclamar do retorno se você não correr riscos. Quem assiste ao vídeo com atenção percebe com alguma clareza por que algumas das pessoas foram demitidas... e por que Tallis é um empreendedor bem-sucedido. Há diferença de postura, clareza de ideias e de compromisso com os resultados.


Se quer evoluir, ofereça sempre mais que o mínimo. Não espere reconhecimento antes de entregar resultado. Mostre a que veio — com ética, entrega e iniciativa. Porque no fim, carreira e finanças têm o mesmo princípio: você colhe o que cultiva. E o mundo não paga promessas, paga entregas.


 
 
 

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