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Imóvel: Comprar ou alugar?

Foto do escritor: Samuel BarbiSamuel Barbi

Descubra se é melhor pegar um financiamento, ou alugar e juntar dinheiro para comprar à vista.


Ter a casa própria é um sonho para muitas pessoas. Mas na hora de realizar esse objetivo, surge um grande dilema: é melhor pegar um financiamento ou juntar dinheiro para comprá-la à vista? Vamos entender os prós e contras de cada alternativa.

(Veja minha participação no Radiocast, da Rede 98 comentando sobre este assunto)


Financiamento:


O financiamento tem a grande vantagem de permitir a antecipação de um grande sonho. Eu posso ter hoje algo que ainda não sou capaz de pagar, portanto, pego um valor emprestado para que possa arcar com ele ao longo do tempo. Claramente este grande benefício tem um preço a ser pago.


Ao optar pelo financiamento, é preciso ter em mente que se trata de uma dívida de longo prazo, que pode levar décadas para ser quitada. Além disso, é necessário arcar com uma série de despesas, como juros, seguros e taxas administrativas. Veja bem, uma pessoa que pegue um financiamento de 35 anos, com Custo Efetivo Total (CET) de 10,74% ao ano (média apurada pelo Banco Central para financiamentos imobiliários em janeiro de 2023) e valor do financiamento de R$500.000,00, pagará:


  • Sistema Price (parcelas fixas ao longo do tempo): o valor total pago será de R$1.844.690,40, sendo R$1.344.690,40 de juros. Portanto, a pessoa pagará cerca de 3,68 vezes o valor do empréstimo realizado.


  • Sistema SAC (parcelas decrescentes ao longo do tempo): o valor total pago será de R$1.398.519,30, sendo R$898.519,30 de juros. Sendo assim, a pessoa pagará cerca de 2,79 vezes o valor do empréstimo realizado.


Assim, em ambos os sistemas a pessoa pagará uma quantia muito alta de juros, sendo que no sistema Price essa quantia é ainda maior. Isso ocorre porque no sistema SAC as parcelas iniciais são mais altas para reduzir rapidamente o montante sobre o qual incidem os juros, sendo assim, as parcelas decrescem ao longo do tempo.


Aluguel:


Muitos consultores financeiros recomendam o aluguel, alegando que é uma opção mais flexível e até mesmo econômica que a compra de um imóvel financiado. Se a pessoa dispõe de disciplina e educação financeira, ao alugar um imóvel, é possível economizar dinheiro e investir seja nas opções do mercado financeiro ou mesmo em um negócio próprio. O aluguel permite também uma maior mobilidade, o que pode ser vantajoso em caso de mudanças de cidade, emprego, estudo ou até mesmo relacionamentos.


Mas, e quanto ao argumento de que alugar é jogar dinheiro fora? É importante lembrar que, ao alugar um imóvel, você está pagando pelo uso daquele espaço, e não pelo patrimônio em si. Nesse caso, você se livra de despesas relacionadas à propriedade (como as frequentes manutenções e reformas necessárias).


Suponhamos que uma pessoa tenha a possibilidade de escolher entre alugar um imóvel por R$2.000 por mês ou financiar a compra de um imóvel por R$500.000, com uma prestação de R$4.500 por mês. A diferença entre a prestação e o aluguel seria de R$2.500 por mês.


Se essa diferença for investida com persistência ao longo dos meses, a uma taxa de 0,8% ao mês, seriam necessários apenas 10 anos para chegar aos mesmos R$500 mil, tempo muito menor que o necessário para quitar o financiamento. Em tese, caso não houvesse inflação, esse valor seria necessário para comprar o mesmo imóvel à vista. Atualmente, há muitas opções de investimento no mercado com retornos de 0,8% ao mês ou superiores, inclusive algumas que contam com proteções contra a inflação.


Mas alugar um imóvel também tem suas desvantagens. Às vezes, é difícil achar um lugar legal na região que você quer e com um preço que caiba no seu bolso. O dono do imóvel pode pedir que você saia antes do acordado. Para alugar, você pode precisar de um fiador ou ter que pagar um seguro, o que pode ser chato. Além disso, quando você aluga, pode ser mais difícil fazer reformas ou deixar a casa do jeito que você gostaria.


Conclusão:


Se você é jovem e está avaliando alternativas, comento que um bom caminho a se trilhar é o de educar-se financeiramente, começar pelo aluguel e desenvolver disciplina para economizar e investir seu dinheiro mensalmente. Pode ser que quando atinja os valores para comprar seu imóvel à vista você tenha até mesmo mudado de ideia sobre a compra.


Caso você tenha um financiamento, especialmente se o CET é superior à taxa Selic, a dica é acelerar o pagamento das prestações. Assim você vai encerrar sua dívida mais rápido e pagar muito menos juros. Outra alternativa é avaliar a portabilidade para um financiamento com melhores condições do que aquele que você tenha firmado, pois uma pequena variação nas taxas de juros pode levar a grandes variações no montante pago ao fim do contrato.


De qualquer forma, a escolha entre comprar ou alugar um imóvel depende de diversos fatores, como sonhos, as condições financeiras da família e as particularidades do mercado imobiliário na região onde se pretende morar. É importante avaliar cuidadosamente todas as opções antes de tomar uma decisão definitiva. Lembre-se apenas que antecipar sonhos tem custos que, inclusive, podem afetar fortemente sua qualidade de vida ao longo do tempo.


24/04/2023


Samuel Barbi




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