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A Renda Fixa não é fixa

Foto do escritor: Samuel BarbiSamuel Barbi

Entenda como é possível obter retornos agressivos no Tesouro Direto



Renda fixa não é fixa! Este é o conceito defendido por Marília Fontes em seu livro de mesmo nome, no qual afirma ser possível obter retornos tão agressivos em títulos da renda fixa quanto aqueles esperados em ativos mais arriscados, como as ações.


O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto (TD) é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a bolsa brasileira (B3) para venda de títulos públicos federais de forma 100% online. Surgiu em 2002 com objetivo de democratizar o acesso da população a investimentos, permitindo aplicações a partir de R$ 30,00.


Compreendendo os títulos

Ao realizar um investimento no TD você compra um título virtual em que o governo promete devolver seu dinheiro com juros. São, no mínimo, três possibilidades de investimentos:


  • Tesouro Selic: remuneram o comprador com a taxa básica de juros da economia (Selic), que é definida a cada 45 dias pelo Banco Central;

  • Tesouro Prefixado: pagam ao portador do título a taxa fixa combinada no ato da compra, desde que o título seja carregado até a data de vencimento;

  • Tesouro IPCA+: ao portador do título é combinada uma remuneração fixa no ato da compra somada a variação da inflação, que serão pagas integralmente caso o título seja carregado até a data de vencimento.


Investidores iniciantes podem acreditar que ao investir no Tesouro Direto, o mais seguro investimento de Renda Fixa, jamais perderão dinheiro. Entretanto, ao aplicarem nas modalidades Tesouro Prefixado ou IPCA+ costumam perceber variações em seu patrimônio ao longo dos meses, muito para cima ou para baixo, o que gera frequentes dúvidas.


Por que isso acontece?

Nos títulos Prefixado e IPCA+ incide a marcação a mercado, um conceito da matemática financeira utilizado para atualizar "a valor presente" o preço dos ativos. Se trata de um ajuste diário, que pode alterar os preços dos títulos para baixo ou para cima, de acordo com as expectativas do mercado. Assim, o investidor consegue saber o quanto receberia se vendesse a suas aplicações naquele determinado momento, antes do prazo de vencimento dos títulos.


Ciclos Econômicos

Taxas de juros são remédios administrados pelo Banco Central para controlar a inflação. Entretanto, ao exagerar na dose, os efeitos colaterais são baixo crescimento econômico e altos índices de desemprego. Portanto, o Banco Central está sempre buscando a dose ideal de juros que mantenham a inflação sob controle e sem penalizar o setor produtivo.


Espera-se que em períodos de alta inflação sejam elevadas as doses de taxas de juros. Quando a inflação começa a desacelerar, o Banco Central tende a manter a taxa estável. E em momentos de queda da inflação, a instituição pode optar por cortes nas taxas de juros com mais tranquilidade, a fim de fomentar a atividade econômica.


A marcação a mercado altera o valor dos títulos públicos diariamente conforme estes ciclos econômicos acontecem. Em síntese, existe uma relação inversa entre a expectativa de juros e o valor presente dos títulos já contratados. Quando as taxas de juros aumentam, o valor presente dos títulos contratados anteriormente tende a cair. Quando as taxas de juros caem, por sua vez, pode ocorrer uma valorização pela marcação a mercado dos títulos que você possui.


Janelas de Oportunidades

Isto significa que o título que é bom hoje, pode não ser o melhor amanhã. Saber identificar esses momentos de inversão de tendência das taxas de juros abre oportunidades de ganhos consideráveis na renda fixa. E o próprio Banco Central dá muitas pistas do que pretende fazer em suas atas do Copom e no Boletim semanal Focus.


A autora defende que, ao adotar uma gestão ativa dos investimentos, a carteira pode ser alterada para que você carregue os títulos com maior expectativa de valorização e, assim, aproveite ao máximo o potencial de cada ciclo econômico. Alega que mesmo considerando os custos com imposto de renda, o ganho potencial obtido com a troca de títulos tende a ser mais vantajoso. Adiciona que, se for realizada uma boa gestão, os títulos de renda fixa podem render 40% ou 60% em apenas um ano! Retornos excelentes, que costumam ocorrer apenas em carteiras com investimentos mais arriscados.


Conclusão

Apesar de parecer algo complicado, creio que gerir seu portfólio de renda fixa de forma ativa pode ser uma estratégia bastante rentável. O livro de Marília é um ótimo ponto de partida para ampliar seus conhecimentos e aumentar a sua rentabilidade em busca da tão desejada liberdade financeira.


22/08/2022


Samuel Barbi

Mentoria Financeira


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