Organize suas finanças e faça bonito no ano novo

Analgesia congênita é o nome de uma rara doença que causa total insensibilidade à dor. Em geral, quando somos atacados pela dor, tudo o que queremos é fazê-la sumir. Então a ideia de não a sentir pode nos deixar animados. Entretanto, o desconforto é um sinal, um alerta, para nosso corpo do que não deve ser ignorado. Imagine pegar numa panela quente sem saber, se cortar e não perceber que está perdendo sangue, enfim, a dor envia um comando para o cérebro relacionado a preservação de sua vida.
Todas as vezes que presto mentoria sobre finanças pessoais, procuro entender qual dor motivou a pessoa a me procurar. Estar imerso em dívidas, sentir que trabalha apenas para pagar contas, não conseguir realizar sonhos, medo de não se aposentar com qualidade. A dor emite o sinal perfeito para a ação. Se você sente dor e não sabe por onde começar a resolver seus problemas, apresento um caminho para seu tratamento.
1. Medir para Gerenciar
A recomendação mais óbvia para quem sente dor é procurar um médico. O profissional é capacitado por longos anos para diagnosticar seu problema e prover um bom tratamento. No campo das finanças pessoais, o consultor financeiro é o profissional adequado, no entanto, as pessoas que mais necessitam de apoio são as que menos procuram apoio.
Assim como num médico, o primeiro passo para iniciar seu tratamento financeiro é traçar um diagnóstico. Muitas das dores são desdobramentos de nossos hábitos e só é possível mapear as causas a partir de diálogo e bons exames. Para isso é importante compreender quanto dinheiro entra e quanto sai do seu bolso. Não importa como isso será feito, por meio de um caderno, planilha ou aplicativo, o importante é jamais subestimar esta etapa. É nela que estão os insumos para todo o tratamento.
2. Planejar
De acordo com as realidades e objetivos de cada família, deve ser realizado um planejamento de despesas. Em mentoria é muito comum as pessoas se assustarem com os gastos que realizam em coisas pouco importantes, abrindo um grande espaço para ajustes e para começarem a guardar dinheiro. Ao passo que são analisadas as fontes de renda e sugeridas ações para o aumento das receitas.
O planejamento requer listar as dívidas que a pessoa porventura tenha e criar um plano de ação para sua quitação. A rota envolve matar primeiro as dívidas mais caras, sem prejuízo às condições mínimas de vida do endividado.
Na sequência, é possível conscientizar sobre a relevância dos seguros e tratar sobre aspectos essenciais à construção da prosperidade, tais como os conceitos de poupança, investimento, aposentadoria e liberdade financeira.
3. Monitoramento e Correção de Rota
A solução dos problemas segue as quatro fases indicadas pelas letras PDCA (Plan, Do, Check e Act = Planejar, Fazer, Verificar e Agir). Nenhum planejamento é cumprido se não for recorrentemente monitorado e ajustado. Mensalmente é importante verificar o que ocorreu na prática e corrigir as rotas com novas atitudes.
Com a prática frequente desses passos, seu controle financeiro torna-se cada vez mais fácil e automático, como dirigir um carro. Aprender é difícil e exige aulas, paciência, dedicação e suporte de alguém mais experiente. Dentro de alguns anos, parece que o carro sabe sozinho o caminho de casa.
Se você sente dor, não ignore ou fique sem tratamento, procure ajuda profissional. Evite a analgesia congênita financeira. Lembre-se que já se foi o natal e 2023 está logo aqui na porta. Por mais clichê que isso possa parecer, esta é a semana mais essencial para se organizar financeiramente e fazer sobrar dinheiro no ano novo e no restante de seus dias.
26/12/2022
Samuel Barbi
Mentoria Financeira
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