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Juros em Alta e as Novas Regras do Jogo Econômico

Foto do escritor: Samuel BarbiSamuel Barbi

O cenário econômico nacional ganha contornos mais claros com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O presidente americano pretende proteger a indústria de seu país, especialmente por meio do aumento de tarifas sobre produtos importados. Por mais que a economia americana seja forte e produza bastante, os EUA também importam muitos produtos, inclusive do Brasil. Essas medidas protetivas podem aumentar os preços dos produtos nos EUA, pressionando os índices de inflação. Esse cenário pode levar o Federal Reserve (Fed) a reavaliar sua política de cortes de juros, interrompendo o ciclo de flexibilização monetária que vinha adotando. 


(Veja a minha participação no Central 98 de 11/11/2024)


O Diferencial de Juros e o Impacto no Brasil


Se o Fed (banco central americano) adotar uma política de juros mais elevados, o Brasil corre risco de sofrer com a chamada fuga de capitais, já que os investidores podem preferir alocar seus recursos em um ambiente mais seguro e rentável.


Isto é, o diferencial de juros entre Brasil e EUA exerce uma pressão direta sobre nossa economia. Com os juros americanos em alta, os investidores tendem a procurar ativos em dólar, considerados mais seguros. Isso pressiona a taxa de câmbio no Brasil, resultando em um real mais depreciado e em desafios adicionais para a política monetária do Banco Central nacional. O Brasil precisaria manter os juros altos para continuar atraindo capital externo, o que, por sua vez, eleva os custos de financiamento para empresas e governo, dificultando a recuperação econômica.


O Papel da Política Fiscal Brasileira


Além dos desafios externos, o Brasil enfrenta questões internas que complicam o cenário. A política fiscal expansionista (gastos maiores que receitas) adotada pelo atual governo resulta em contas públicas pressionadas, com aumento no endividamento e déficit. A falta de compromisso fiscal do atual governo aumenta ainda mais a pressão sobre os juros.


Oportunidades de Investimento em um Cenário de Alta de Juros e Moeda Depreciada


Neste cenário, é essencial que os investidores brasileiros busquem alternativas para proteger seu patrimônio  e potencializar seus rendimentos. A renda fixa ganha atratividade em um ambiente de juros elevados, com opções como títulos públicos pós-fixados se destacando como escolhas seguras e rentáveis. 


Fundos imobiliários também podem abrir boas oportunidades de compra. Quando a taxa Selic sobe, investimentos em renda fixa tornam-se mais atraentes, fazendo com que muitos investidores migrem para esses ativos, pressionando os preços dos fundos imobiliários. No entanto, essa desvalorização pode ser uma chance de entrada para quem busca renda passiva, pois os fundos imobiliários continuam distribuindo rendimentos mensais baseados nos aluguéis e nas receitas de seus imóveis. Com cotas a preços mais baixos, o investidor tem a oportunidade de adquirir posições a um custo menor e obter uma maior rentabilidade ao longo do tempo, especialmente se a taxa de juros estabilizar ou cair no futuro, valorizando novamente as cotas desses fundos.


Para quem busca exposição ao mercado acionário, é importante selecionar ativos de empresas exportadoras, que podem se beneficiar de uma eventual desvalorização do real.


Além disso, o investimento internacional é uma alternativa interessante para quem deseja diversificar a carteira e reduzir o risco da volatilidade cambial e da economia brasileira. Fundos que aplicam no exterior ou ETFs com foco em empresas americanas e europeias podem ajudar a mitigar os riscos locais, aproveitando oportunidades em mercados mais estáveis.


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