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Educação Valorizada, Renda Aumentada:

Foto do escritor: Samuel BarbiSamuel Barbi

Explorando as Possibilidades do Tesouro Educa+


No Brasil, somente 21% dos jovens (entre 25 e 34 anos) concluíram o Ensino Superior (OCDE, 2019). Esse é o pior resultado dos países analisados na América Latina e menos da metade da média observada em países mais desenvolvidos (44%).


Existe em nosso país um ciclo vicioso. Famílias com piores condições financeiras, tendem a educar seus filhos em escolas com menor qualidade de ensino e infraestrutura, especialmente nos ensinos fundamental e médio. Enquanto isso, famílias com maior renda levam seus filhos nesses anos iniciais a escolas de melhor qualidade, muitas vezes privadas, bem como a suplementar a educação com cursinhos preparatórios. O processo seletivo para o ensino superior tende a selecionar os alunos que tiveram a melhor qualidade de ensino, garantindo-lhes acesso às universidades federais públicas, gratuitas, e com excelente qualidade de educação. Nesse sentido, quem tinha condições de pagar, era beneficiado com educação gratuita, agravando as condições de desigualdade no país.


Destaco aqui a relevância da educação na renda, afinal, conforme estudo do Banco Central (Bacen, 2019), em média, o nível fundamental adiciona 38% ao rendimento/hora, o médio 66% e o superior 243%, em relação a um trabalhador sem instrução. Além disso, a escolaridade de uma geração tem impacto também em gerações futuras, considerando que filhos de pais mais escolarizados têm mais chance de terem níveis educacionais mais altos.


Com a ideia de romper com esse ciclo de concentração de renda, a Lei de Cotas (LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012) gerou bastante debate na sociedade, afinal, teve como objetivo reservar no mínimo 50% das vagas nas instituições públicas federais para alunos educados na rede pública e ampliar a distribuição dessas vagas gratuitas entre estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita, bem como entre aqueles autodeclarados pretos, pardos e indígenas e por pessoas com algum tipo de deficiência.


Essa medida acabou frustrando parte da classe média que, com tal regulamentação, sentiu seus planos sendo atacados. Muitas famílias haviam realizado um esforço financeiro, até mesmo acima de suas possibilidades, de dar educação fundamental e média a seus filhos na rede privada, confiando que teriam uma folga no bolso quando do ingresso na universidade. Hoje em dia essa confiança já não é a mesma, afinal, mesmo sendo aprovado em um curso superior público, com o Enem, seu filho pode ter que ir morar em outra cidade, mantendo ainda custos relevantes até sua formação.


Compreendendo que os custos da educação superior estão entre os mais relevantes para o sucesso dos rebentos, o Tesouro Direto lançou no dia 1º de agosto de 2023 o Tesouro Educa+, um produto de investimento adequado para a garantia da formação superior de nossos filhos no futuro.


O que é o Tesouro Educa+?


Esse novo título do Tesouro Nacional traz uma proposta excepcional para o planejamento da educação dos pequenos. Pais, avós, amigos e parentes podem adquirir esses investimentos ao longo do tempo, visando construir uma renda mensal que seja capaz de pagar a universidade privada ou mesmo cobrir os custos de seus tutorados no período de formação superior.


Quais são as características do Tesouro Educa+?


A ideia desse investimento é você aplicar recursos entre 3 e 18 anos (período de acumulação), a fim de receber uma renda concentrada ao longo de 5 anos após o período de vencimento do título (período de conversão). Essa modalidade de investimento lembra bastante a lógica do Renda+, título focado em aposentadoria lançado em janeiro deste ano (saiba mais clicando aqui).


Por se tratar de investimento pensado para maiores prazos, assim como no caso do Renda+, resgates só podem ser realizados 60 dias após as aplicações. Isso significa que estes investimentos têm liquidez menor que os demais títulos do Tesouro.


Quais as vantagens do Tesouro Educa+?


Você pode investir valores a partir de 30 reais, com investimentos realizados em períodos regulares (aportes mensais) ou não (aportes pontuais). O tesouro garante rentabilidade real, isto é, superior à inflação, para quem carregar o título até o prazo final. Tudo isso com a máxima segurança, que só o Tesouro Nacional pode oferecer.


Uma das maiores vantagens do Educa+ é a simplicidade de operação. Para começar a investir, você tem diferentes opções. Caso já seja um investidor, pode acessar essa opção diretamente pelo aplicativo de sua corretora. Se ainda não for um investidor, pode começar com o Cadastro Simplificado do Tesouro Direto e fazer sua primeira aplicação com menos de menos de 5 (cinco) minutos e pagando via PIX.


A organização é outro ponto positivo. É muito mais fácil se comprometer com uma meta concreta do que investir sem foco definido. Saber que aquele dinheiro é parte do sucesso profissional de seus filhos vai te fazer pensar 10 vezes antes de usá-lo em outro propósito.


A partir de outubro será incluída uma funcionalidade incrível no investimento: a vaquinha. Títulos poderão ser presenteados por parentes e amigos, ajudando a construir o futuro educacional da criança.


Quais as desvantagens do Tesouro Educa+?


Em investimentos existe sempre uma tríade: segurança, rentabilidade e liquidez. Quando algumas pontas do triângulo são respeitadas, a outra ponta tende a ser prejudicada. O Tesouro Educa+ tem altíssima segurança e boa liquidez (não excelente), mas a rentabilidade tende a ser prejudicada frente a outras alternativas de investimento menos seguras.


A incidência de Impostos segue a lógica de títulos de renda fixa, considerando a tabela regressiva que vai de 22,5% dos rendimentos em menos de 6 meses de aplicação a 15% quando o resgate ocorre após dois anos da realização do investimento. Há mecanismos mais eficientes em termos tributários para se fazer aplicações com o enfoque de longo prazo, como uma gestão ativa de carteira ou mesmo fundos de investimento e previdência. Mas nenhuma dessas opções será tão simples e fácil quanto o Educa+.


É possível sacar o investimento de forma antecipada, no entanto, deve-se estar sempre atento ao risco de marcação à mercado. A depender das condições dos juros na data de contratação e na data de resgate, pode ser possível perder ou ganhar dinheiro com a venda antecipada dos títulos. Mas se o investidor esperar até a conversão, receberá exatamente o que contratou.


A taxa de custódia cobrada pela B3 é também um ponto de atenção. Terá isenção da taxa de custódia quem não realizar resgates antecipados, ou seja, fora do fluxo de pagamentos automáticos do título adquirido. A isenção vale para todos os valores de renda mensal de até 4 salários-mínimos vigentes no momento do recebimento da renda. Valores que ultrapassem os 4 salários-mínimos pagarão taxa de custódia de 0,10% a.a., mas somente sobre o que exceder esse teto.


Simulação


O Tesouro disponibilizou um fantástico simulador para o seu planejamento. Veja o exemplo que fiz para meu filho Leo, que recém completou 7 meses de vida:




Vamos considerar que eu faça um investimento pensando em garantir a ele uma renda de R$3.000 por mês quando completar seus 18 anos. Com esse dinheiro ele poderia pagar uma faculdade de aproximadamente R$2.000 (a preços de hoje) e sobrariam outros R$1.000 para alimentação, transporte e outras despesas. Como ele tem apenas 7 meses, inseri no simulador como se começasse os investimentos para o pequeno em seu aniversário de 1 aninho, com um valor inicial de 2.500 reais.


Como resultado, o simulador me recomendou o Tesouro Educa+ 2041, com rentabilidade definida em IPCA (inflação) + 5,42% ao ano. Para chegar a minha meta, teria que comprar 41,9 títulos ao longo do tempo, guardando em média R$452,60 por 209 meses.


Vale à pena?


Cada investimento tem um público alvo bem definido. O Tesouro Educa+ está focado em pais e mães que zelam por investimentos simples, com baixo tempo de dedicação e alto nível de preparação para o futuro educacional de seus filhos. É o investimento mais seguro da economia nacional, e certamente vai trazer rentabilidade real acima da inflação.


Pensando nos altos custos da educação superior e nos relevantes impactos na prosperidade das próximas gerações, é importante se estruturar o mais cedo possível e usar os juros compostos a seu favor. Mesmo que existam outras alternativas mais rentáveis e eficientes em termos tributários, creio que essa opção de investimento é excelente para criar um comprometimento efetivo com o foco dos estudos de seus filhos.



07/08/2023


Samuel Barbi

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