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Dólar em queda!

Foto do escritor: Samuel BarbiSamuel Barbi

É hora de comprar?




O dólar abriu 2022 cotado a R$5,57 e fechou a última sexta-feira (18/02/2022) a R$5,14. Há um certo consenso de que a proximidade das eleições carrega incertezas que colaboram com a fuga de capitais (saída de dinheiro do país), bem como com a subida do dólar. Como explicar essa recente queda de quase 8% da verdinha americana em um momento, digamos, tão inesperado?


1) Juros Brasileiros Subindo

A Selic saiu de 2% em agosto de 2020 para 10,75% em fevereiro de 2022, uma aceleração muito brusca. As altas doses desse amargo remédio parecem estar começando a fazer efeito sobre o câmbio, espera-se que em seguida atinjam seu alvo principal, a inflação. Juros altos no Brasil atraem aplicações de estrangeiros na renda fixa de nosso país. Com mais dólares entrando que saindo, o dinheiro americano acaba ficando mais barato para nós, noção que se repete nos próximos tópicos.


2) Bolsa Barata

2021 foi um ano complicado para a bolsa brasileira. O iBovespa caiu cerca de 12%, frente a bons desempenhos no exterior. Como eu havia comentado na primeira semana do ano, a bolsa nacional estava com ótimas oportunidades, tanto que os investidores internacionais perceberam esse movimento e passaram a comprar participações nas empresas brasileiras, culminando no ingresso de cerca de R$40 bilhões somente neste ano. O apetite estrangeiro colaborou bastante com a alta de 8,62% no iBovespa nesses pouco mais de 50 dias. E outras boas oportunidades ainda permanecem na área.


Além disso, existe um movimento de giro em carteiras de investidores globais, separada entre ações de empresas de crescimento e de valor. Empresas de crescimento, especialmente aquelas ligadas a tecnologia, carregam uma expectativa de bons resultados no futuro. Enquanto isso, as empresas de valor são aquelas mais ligadas a “velha economia”, como commodities (produtos com pequeno grau de industrialização, produzidos em grande escala e com preços determinados pela oferta e demanda no mercado internacional, exemplos: petróleo, minério de ferro, milho, soja, etc) e instituições financeiras tradicionais (bancos e seguradoras). Com o movimento de elevação de taxas de juros internacionais, empresas de crescimento perdem atratividade frente as de valor. Como a bolsa brasileira é muito mais intensiva em empresas de valor, passa a ser vista com bons olhos pelos gringos. A questão mais complexa é entender se esse é um movimento duradouro ou passageiro.


3) Ainda sobre Commodities

Com a retomada das economias mundiais, como da China e dos EUA, a demanda por commodities têm se elevado, sem uma contrapartida imediata na oferta. Nesse sentido, seus preços – cotados em dólares - têm estado consideravelmente altos, beneficiando as empresas brasileiras que produzem esses bens. Como muitas dessas empresas são exportadoras, isso significa mais dólares entrando no Brasil, o que também contribui pra queda da cotação da moeda internacional. Sigamos para nossas conclusões:


Dólar, é hora de comprar?

Se você tem uma viagem agendada ou compromissos em moeda estrangeira, penso que sim. Pode ser que esse movimento de queda do dólar não tenha continuidade, em especial, por conta das disputas eleitorais que vão se acirrar nos próximos meses e as tensões que permanecem no leste europeu.


Dólar, é hora de investir?

Penso que manter dinheiro “em espécie” não é algo muito seguro e, via de regra, prefiro ficar longe de ativos que não me gerem renda passiva. Entretanto, o dólar é uma ótima proteção contra momentos de tensão e incertezas. Se você pensa em diversificar, investindo uma parte do patrimônio no exterior e ao mesmo tempo gerando renda passiva em moeda forte, pode ser uma boa janela de oportunidades. Nesse sentido, vale avaliar a possibilidade de compra de ações no exterior, ETFs (Exchange Traded Funds) ou mesmo BDRs (Brazilian Depositary Receipts).


21/02/2022



Samuel Barbi

Mentoria Financeira


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